Consciência Negra: Supesp contribui para o combate ao racismo por meio de ações institucionais e públicas

20 de novembro de 2025 - 06:27 # # # # #

Texto: Carolina Araújo/Estagiária Ascom Supesp
Fotos: Aécio Santiago/Ascom Supesp e divulgação
Arte: Juliana Mendes/Designer Supesp

Fortalecendo o diálogo, o combate e a conscientização em torno do crime de racismo, a Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp) tem cooperado de forma significativa no auxílio de políticas públicas em apoio à população negra. Com o dia 20 de novembro, que é comemorado o dia da Consciência Negra, data em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder quilombola que tornou-se símbolo da resistência a escravidão, o órgão tem realizado palestras em escolas, participado de eventos voltados à afrodescendência.

A superintendente da Supesp, Juliana Barroso, fala sobre a participação na criação de ações internas como forma de entendimento e suporte à população negra. “As iniciativas da Supesp reforçam o processo de participação na construção de uma sociedade mais igualitária. Ações como um processo de letramento racial e o mapeamento dos terreiros de religiões africanas, serão o auxílio para a população no conhecimento de políticas públicas voltadas na valorização dos povos negros”, fala a superintendente.

O diretor da Diretoria de Pesquisa e Avaliação de Políticas de Segurança (Dipas) da Supesp, Eudázio Sampaio, destaca que as ações do órgão são importantes para que as pessoas consigam compreender quando é racismo recreativo ou racismo institucional, saber a diferença entre injúria e racismo e se entender enquanto ser social.

“No momento que a pessoa tem consciência sobre onde ela está inserida e como ela pode sofrer ou não racismo, isso ajuda a potencializar a ida dela à polícia para denunciar. Dessa forma, aumenta a confiança que a gente tem nas forças de segurança”, afirma o diretor da Dipas sobre a contribuição da Supesp no auxílio de denúncias e o conhecimento do crime de racismo. O Dia da Consciência Negra é bastante significativo em todo Brasil pois representa a luta dos povos negros e quilombolas por igualdade racial e fim da discriminação.

A contribuição do painel dinâmico: Mapeamento dos crimes de raça ou cor

A Supesp tem participação ativa na criação do painel dinâmico que realiza a concepção dos crimes ou preconceito de raça ou cor. O órgão proporciona e facilita a denúncia para que o crime de racismo não tenha mais espaço na sociedade. Foi o primeiro painel nesse formato a ser disponibilizado para o público no país.

Supesp realizou palestra em escola pública no mês da Consciência Negra

A ferramenta mostra os dados de acordo com horário, dia da semana e faixa etária em que foram cometidos os crimes de preconceito à população negra. Também é possível o usuário realizar uma interação com o projeto para analisar a cidade ou região que mais possui denúncias do crime de racismo.

Ações externas: Palestra sobre letramento racial

Iniciando as atividades para o mês da Consciência Negra, a Supesp realizou no início de novembro a palestra com o tema “Racismo Estrutural e Práticas Antirracistas nas Escolas”. A instituição em que foi realizado o encontro foi a Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral (EEEMTI) Walter de Sá Cavalcante, em Fortaleza. A palestra foi ministrada pelo diretor da Dipas, Eudázio Sampaio, os assessores Paula Vieira e Daniel Rocha com a participação do professor Eduardo Marinho, secretário escolar e membro da Comissão de Proteção à Violência.

Superintendente da Supesp destaca importância de palestra para servidores e profissionais do órgão

Para Eduardo Marinho, ações como essa fortalecem o compromisso da escola com a promoção da igualdade racial. “A atividade proporcionou um momento de reflexão profunda sobre temas fundamentais como branquitude, desigualdades históricas e o papel de cada cidadão na construção de uma sociedade mais justa”, avaliou.

A aluna Ana Karolina, que estava presente na palestra, também destacou o momento como algo importante para a sociedade. “Para mim, o encontro trouxe mais consciência e reforçou que cada estudante tem um papel fundamental na construção de um ambiente escolar mais justo, respeitoso e representativo. Conversamos sobre branquitude, o mito da democracia racial e como pequenas atitudes podem tanto reforçar desigualdades quanto ajudar a transformá-las”, disse a estudante.

Contribuição da Supesp em eventos do Governo do Estado

No início de novembro, o Palácio da Abolição foi palco da abertura da III edição do Festival de Afrocearensidades e também houve a entrega do selo Município Sem Racismo, em que a Supesp participou como órgão público pela colaboração em tecnologias e pesquisas de reconhecimento à população negra e suporte a denúncias pelo crime de racismo e violência de raça ou cor.

Palestra sobre Letramento Racial na Supesp reuniu colaboradores 

No evento estiveram presentes o governador do Ceará, Elmano de Freitas, que destacou as manifestações culturais do povo negro como algo “identitário e fundamental”. Também estiveram presentes a secretária da Igualdade Racial, Zelma Madeira, a secretária da Cultura, Luísa Cela, e demais autoridades e representantes de movimentos da igualdade racial. O evento buscou reconhecer as iniciativas de valorização e fortalecimento para a população negra, além de povos e comunidades tradicionais, como quilombolas, ciganos e povos de terreiro em todo Ceará.

Iniciativas da Supesp: Ação Institucional de Letramento Racial

Como forma de conhecimento e ação institucional, a Supesp por meio da Dipas realizou com os colaboradores a palestra intitulada “Ubuntu Supesp: Formação e Letramento Racial para uma Segurança Antirracista”, com o objetivo de contribuir para o ambiente do órgão e uma interação e valorização da cultura negra.

Abertura do Afrocearensidades contou com autoridades e representantes de movimentos sociais

A palavra Ubuntu significa “humanidade para com os outros”. De origem africana, o termo pode ser entendido como uma filosofia que reforça o pensamento de que precisamos de convívio com os outros seres humanos. Por meio dos ensinamentos dessa filosofia, uma pessoa consegue ser verdadeiramente humana quando ocorre o diálogo com o outro.

Secretária da Igualdade Racial, Zelma Madeira, e a superitendente da SUpesp, Juliaa Barroso em abertura do Afrocearensidades

O momento teve a missão de consolidar a reflexão crítica sobre como o racismo tem feito parte da história e estrutura da sociedade, e como isso afeta o dia a dia das pessoas. De acordo com o colaborador da Diretoria Administrativo Financeira (Diafi) da Supesp, Paulo Benavinuto, o momento foi extremamente necessário. “Essa percepção é fundamental para nosso cotidiano e o nosso convívio com amigos, família e os próprios colegas de trabalho”.

Para a socióloga da Dipas, Paula Vieira, ser antirracista significa “estar disposto a reconhecer as diferenças entre as pessoas”. A profissional destacou que é importante sempre compreender e valorizar nossa formação social e histórica, além de construir e reconstruir a memória que faz parte da nossa história.