Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador: o papel da pesquisa e ciência na Segurança Pública

10 de julho de 2023 - 07:40 # # # # # #

SSPDS apresenta histórias de profissionais que se dedicam em prol da ciência e da pesquisa em Segurança Pública

O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, celebrado neste sábado (8), destaca a importância do protagonismo das pesquisas desenvolvidas no Brasil. Por meio do conhecimento e aprofundamento de diversos estudos, a ciência é fundamental para a evolução humana em áreas como a segurança pública, a saúde, a tecnologia, a sustentabilidade, a política, entre outras. Para homenagear a data, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS/CE) apresenta diferentes trajetórias de profissionais da pasta que dedicam-se diariamente a pesquisas e avaliações científicas e ao conhecimento para atuarem como protagonistas no avanço e no desenvolvimento da Segurança Pública do Ceará.

A socióloga Giovanna Lima Santiago, cientista social e doutoranda em sociologia, atua na Supesp da SSPDS. Ela é socióloga na Dipas. O trabalho realizado por Giovanna é auxiliado a partir de indicadores criminais gerados pela Geesp. A Dipas conta com uma equipe multidisciplinar de sociólogos, estatísticos, economistas, geógrafos e designers. Tendo como um de seus principais objetivos oferecer subsídios científicos e técnicos para as tomadas de decisão da Segurança Pública do Estado.

É a partir do trabalho de pesquisadores da Dipas, que são realizadas análises, relatórios, e estudos técnicos dos indicadores das Áreas Integradas de Segurança (AIS) e dos municípios cearenses. São a partir das avaliações socioeconômicas e análises de políticas públicas dos municípios com a prevenção da violência, que essas análises permitem a implantação de novas delegacias ou implantação de bases de Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), por exemplo. Os pesquisadores analisam criteriosamente os índices Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) e Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP), para diagnósticos preliminares, contextualização socioeconômica das regiões avaliadas, com isso são elaborados planos de segurança a partir das dinâmicas locais.

“O corpo técnico da Dipas tem uma formação de profissionais com mestrado e doutorado. São muitos anos de estudos. Por isso, requer muita dedicação, identificação com a área, e esforço para manter-se atualizado. O estudo teórico não é suficiente. É uma área muito desafiadora. Precisamos ter contato com o local sobre o qual estamos estudando e a dinâmica das áreas avaliadas. É muito gratificante para nós quando um estudo está sendo entregue e ele pode ser usado para tomar decisões efetivas”, ressalta Giovanna.

Ciência e tecnologia

O Governo do Ceará, por meio da SSPDS, tem desenvolvido ações fundamentais no sentido de tornar a gestão da Segurança Pública cada vez mais científica, sendo a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) uma aliada fundamental nesse processo, na medida em que produz a materialidade e autoria dos delitos, por meio de laudos periciais que instruem procedimentos criminais oriundos da Polícia Judiciária e do Ministério Público.

A Pefoce se destaca nos avanços em estudos científicos. Esses avanços colocam a vinculada da SSPDS como uma das mais importantes unidades de perícia forense do território brasileiro, com trabalho incessante na produção de provas técnicas imparciais para a persecução penal.

“Esses métodos científicos passam por rigorosos processos de validação e torna toda a prova mais robusta. O nosso objetivo é produzir a prova técnica por meio da ciência. Os vestígios oriundos de locais de crime, necrópsia, por exemplo, chegam ao laboratório para que possam ser transformados em evidências. Identificamos ou descartamos as suspeitas e todas essas informações irão para laudo pericial. Um laudo pericial produzido pelo perito tem um preâmbulo com descrição histórica, objetivo, metodologia utilizada, tipos de análises realizadas, caracterizações, resultados e a conclusão do laudo. Os laudos periciais são regidos a partir de métodos científicos universais”, frisa o coordenador e perito criminal da Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses (Calf) da Pefoce, Túlio Oliveira.

Túlio ingressou na Pefoce em 2018. Ele acompanhou de perto a evolução tecnológica que hoje faz a diferença no trabalho científico do órgão, especialmente nos últimos anos. Os investimentos do Governo do Ceará em equipamentos auxiliam os peritos criminais nas análises, robustez de provas, evidências como prova técnica. É a partir dos avanços da investigação criminal que novas técnicas surgem para auxiliar os laudos periciais produzidos. Um dos aparatos tecnológicos utilizados pela Pefoce é o Espectrômetro Raman, equipamento que realiza as análises de vestígios oriundos de locais de crime evidenciando as principais substâncias constituintes a fim de produzir o laudo pericial.

“Resiliência, constância e perseverança são as palavras de todo cientista. A perícia criminal é uma área em que contribuímos para a sociedade, com a Ciência em busca de Justiça. Temos ainda parcerias com outros estados contribuindo com as análises periciais de outras regiões do Brasil. A Pefoce não trabalha sozinha, ela é um elo com outras vinculadas da Segurança Pública com a produção da prova por meio da ciência”, destaca o perito criminal.

A Calf é responsável por realizar as mais diversas análises laboratoriais, entre elas, a perícia de drogas brutas, em instrumentos e objetos relacionados ao tráfico e/ou uso de drogas, a realização da análise taxonômica (estudo científico responsável por determinar a classificação sistemática de diferentes coisas em categorias), de vegetais e substâncias utilizadas para a fabricação de entorpecentes, a identificação de substâncias inflamáveis, a pesquisa de vestígios provenientes de disparos de armas de fogo, a realização de análises químicas em substâncias e compósitos explosivos e/ou resíduos de explosão, pesquisa e identificação de venenos na forma bruta, a realização de perícia em alimentos e bebidas a fim de constatar a presença de corpos estranhos à composição do produto, além de estudos histopatológicos (análise de tecidos), entre outros.

“Sou muito feliz com a profissão que escolhi. O meu ingresso na área forense gerou muitas expectativas para mim. Há alguns anos, as perícias químicas utilizavam técnicas tradicionais, e, hoje, acompanho o marco tecnológico dessas análises a partir de microscópio de varredura capaz de realizar uma análise completa dos elementos constituintes de disparo de arma de fogo. Na Calf realizamos também análises de composição elementar de substâncias, análise de adulteração de combustíveis, análises de bebidas, explosivos, entre outras. Com respostas técnicas com constatação e conclusão por meio do laudo pericial. É a ciência atuando para desenvolvimento da segurança”, finaliza Túlio.