Dipas/Supesp: pesquisa e avaliação para melhoria da segurança pública cearense
24 de fevereiro de 2022 - 17:18 ##supesp #aniversário #avaliação #Dipas
No próximo dia 22 de maio, a vinculada caçula da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS-CE) completa seu quarto aniversário. Responsável pela geração de dados estatísticos e desenvolvimento de sistemas, tecnologias e inovações que contribuem para a formulação de políticas públicas na área da segurança pública no estado do Ceará, a Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp) vem desenvolvendo um trabalho de reconhecimento internacional e nacional, de grande relevância para a área da segurança pública a partir do gerenciamento e da formatação de dados, que auxiliam em estratégias e desenvolvimento políticas públicas neste segmento.
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Nessa série de reportagens, que inicia neste mês de fevereiro e segue até maio com o aniversário de quatro anos da Supesp, o leitor conhecerá toda a estrutura que vem consolidando as reduções de indicadores de criminalidade no Estado do Ceará. Sistemas e produtos que integram a estrutura da superintendência como o Cientista-Chefe, o Status, o Proteger, o Rotas, além dos setores que impulsionam e incrementam a análise, os estudos, as estatísticas que dão suporte à formatação de políticas públicas implementadas pela Secretaria da Segurança Pública.
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A diretora da Dipas, Manuela Cândido, é perita criminal da Pefoce com graduação e mestrado em Química pela Universidade Federal do Ceará (UFC)
Nessa primeira matéria, conheceremos a Diretoria de Pesquisa e Avaliação de Políticas de Segurança Pública (Dipas/Supesp), criada com a finalidade de realizar o monitoramento e avaliação de indicadores criminais e políticas voltadas à diminuição do crime, além de desenvolver projetos para seguimentos específicos da segurança pública.
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Marysol de Medeiros, geógrafa com doutorado na área, integra a equipe da Dipas e atua na supervisão de publicações, notas técnicas e pesquisas
Segundo a diretora da Dipas, Manuela Cândido, o setor se propõe a realizar pesquisas e acompanhar políticas públicas relevantes para Segurança Pública com a finalidade de melhorar os indicadores criminais do Estado. “Somos parte de um conjunto de ações estruturadas pela SSPDS e Governo do Ceará e, nesse sentido, o conhecimento que produzimos tem sido direcionado pela alta gestão para ações mais focadas e pontuais, utilizando de maneira mais eficientes seus recursos e efetivo policial”, pontuou.
O objetivo fundamental da diretoria, completa Manuela, está alicerçado no uso do método científico e ferramentas tecnológicas que contribuam para refinar as informações que podem ser usadas durante investigações, operações ou mesmo auxiliar os tomadores de decisão. Isso se dá desde o desenvolvimento de sistemas informatizados que facilitem a consulta a bases de dados e apontem onde os crimes têm se concentrado, como também através do acompanhamento e análise de aspectos socioeconômicos e conjunturais que impactam nos indicadores criminais.
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Giovanna Santiago, cientista social, advogada e doutoranda em Ciências Sociais, responsável por assessorar avaliações de programas e indicadores
Coordenada pela diretora da Dipas, Manuela Cândido (foto abaixo), graduada e mestre em Química, perita criminal da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), onde atuou inicialmente no Núcleo de Química Forense, depois foi coordenadora da Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses, a Dipas surgiu na estrutura da Supesp em 2018 e no período se destaca pelo trabalho desenvolvido com o Programa Cientista-Chefe, realizado junto com a Universidade Federal do Ceará (UFC), iniciado também em 2018 com o propósito de apresentar ferramentas tecnológicas, que fortaleçam a atuação operacional das forças de segurança.
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À frente da Dipas, Manuela Cândido coordena os estudos, as pesquisas e avaliações de indicadores criminais
Nesta entrevista, conferimos mais sobre as atividades da Dipas
Ascom/Supesp – Como é feito o trabalho da Dipas a partir do acompanhamento do Programa PreVio?
Manuela – No contexto do Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência (PReVio) do Estado do Ceará, a Supesp será beneficiada com investimentos em sua estrutura física e tecnológica. Além disso, estamos inseridos na escolha dos indicadores do programa e participação na construção dos projetos inseridos no programa, como por exemplo, o Sistema de Gestão e Informação das Mulheres (Sigim), plataforma virtual, que realizará a integração das informações sobre violência contra a mulher.
Ascom/Supesp – Como são realizados os acordos de cooperação técnica com outros órgãos ligados a Segurança Pública?
Manuela – A Dipas atuou elaborando e revisando acordos de cooperação técnica entre Secretaria e outros entes, no sentido de assessorar na pactuação dos acordos. Dentre os documentos, destaca-se o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Secretaria de Educação do Estado, que visou o compartilhamento de mapas contendo a apresentação das manchas criminais, que auxiliaram na escolha das novas escolas de tempo integral do estado, proporcionando educação de qualidade e tempo integral nas áreas de maior vulnerabilidade.
Ascom/Supesp – A Dipas é formada atualmente por uma equipe multidisciplinar. Como atua cada profissional ?
Manuela – Dispomos de profissionais com mestrado, doutorado e pós-doutorado nas áreas de Economia, Geografia, Sociologia, Designer (Juliana Mendes) e Tecnologia da Informação. A Diretoria desenvolve pesquisas e avalia políticas públicas, onde há necessidade da análise dos fenômenos que contribuem para os números observados nos indicadores de criminalidade e envolvem a produção de mapas, manchas criminais, desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que serão utilizados pelas Forças de Segurança Pública em sua atuação.
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Bacharel em Engenharia de Telecomunicações, mestre em Engenharia de Teleinformática, Raif Carneiro também é inspetor da Polícia Civil do Estado do Ceará
Ascom – Recentemente a Dipas teve uma participação importante na elaboração de uma Nota Técnica para melhorar o atendimento ao público LGBTQIA+ pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Já existe um maior entendimento por parte das forças de segurança desse trabalho?
Manuela – Sobre esse trabalho, destacamos a inclusão de perguntas adicionais ao Sistema de Informações Policiais (SIP3W), que hoje proporcionam estatísticas confiáveis para o acompanhamento dos crimes que são cometidos contra a população LGBTQIA+. Nesse processo, a Dipas contribui também ministrando aulas para difundir os conceitos entre os policiais que atuam no preenchimento dos sistemas, além de ter produzido um material com os conceitos e que está disponível para os profissionais. Reconhecemos a grande relevância do tema e a necessidade de debate constante para atualização de mais profissionais.
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Priscila Rodrigues, formada em economia e doutoranda na área, atua em análise e interpretação de dados bem como elaboração de estudos temáticos e pesquisas em geral
Ascom – Fale um pouco dos sistemas acompanhados pela Dipas como o ID Digital, o Cerebrum e o Status e como os mesmos podem evoluir para aperfeiçoar as atividades operacionais das polícias.
Manuela – Somos responsáveis pelo acompanhamento dos projetos desenvolvidos no escopo do Programa Cientista-Chefe. Trata-se de uma iniciativa do Governo do Ceará para que as universidades e a produção academia possam contribuir para a melhoria dos serviços públicos. Atualmente, acompanhamos o desenvolvimento e atualização das ferramentas tecnológicas mencionadas, sempre ouvindo o policial que está na ponta e vai utilizar os sistemas na sua atividade de rotina. O Cerebrum possui uma interface web, que é capaz de fazer buscas a diversas bases de dados que são atualizadas em tempo real e apresentá-las através de variadas visualizações, com mapas urbanos que possibilitam a verificação espacial das ocorrências. A ferramenta vem sendo usada para o assessoramento à alta gestão da Segurança Pública e aos setores de inteligência do estado, sobretudo, na implementação de operações de combate à violência. O Status é uma ferramenta de visualização analítica de estatísticas criminais, em que podem ser feitas diversas análises visuais através de mapas, gráficos e manchas criminais que possibilitam o mapeamento e rastreamento de áreas onde há maior número de crimes. É bastante usada para subsidiar o planejamento de operações e estratégias para reprimir a criminalidade.
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Ascom – Quais outros produtos da Dipas você destacaria em 2021?
Manuela – Além das iniciativas citadas, fizemos um estudo sobre a Metodologia de Cálculo e divulgação dos Indicadores Criminais do Brasil com o objetivo de avaliar as metodologias das unidades federativas. Foi grande a satisfação em saber que o Estado do Ceará se destaca por seu sistema informatizado, metodologia confiável e transparência na divulgação dos dados. Ainda fizemos projetos para a Polícia Civil e Pefoce para a compra de embalagens de segurança para a guarda idônea e rastreável de vestígios relacionados a crimes. Esse material continha a descrição completa para compra, estimativa de quantitativo e pesquisa de mercado, facilitando o processo licitatório de compra dos materiais que já estão em fase de entrega.